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Uma cooperação entre inteligência artificial e saúde, conforme o CEO do Google

Uma cooperação entre inteligência artificial e saúde, conforme o CEO do Google

By Lucas

Em uma participação no segundo dia do Fórum Econômico Mundial, na cidade suíça de Davos, o atual CEO do Google, Sundar Pichai, anunciou o grande potencial que a área da saúde oferece para os sistemas de inteligência artificial de sua empresa.

 

A I.A. na saúde

Com o atual crescimento dos algoritmos de inteligência artificial, o uso desta em diversas áreas é constantemente defendido e questionado. Porém, é fato que computadores são extremamente superiores aos seres humanos na hora de analisar dados e fazer observações. Na área da saúde, não é diferente.

No início deste mês, o Google anunciou um algoritmo baseado em inteligência artificial capaz de detectar o câncer de mama com muito mais precisão que médicos humanos. Em um estudo que reuniu dados dos Estados Unidos e do Reino Unido, foram comparados os diagnósticos humanos com os feitos pelas máquinas. Como resultado, das análises humanas para as computadorizadas, foram detectados uma redução de 5,7% (E.U.A.) e 1,2% (R.U.) no número de falsos positivos e 9,4% (E.U.A.) e 2,7% (R.U.) no número de falsos negativos.

O resultado, porém, não deve ser considerado surpreendente. Isso acontece porque computadores trabalham de forma muito mais exata que seres vivos. Assim, ao transformarem cada pixel de uma radiografia e cada linha de um exame em números, são muito melhores em detectar padrões de doenças.

 

O histórico do Google

O interesse do Google pela área da saúde, apesar de tudo, não é novidade. Há alguns anos, a empresa vem investindo dinheiro na aquisição de companhias e no desenvolvimento de projetos no ramo.

No ano passado, 2019, por exemplo, o Google comprou a fabricante de pulseiras inteligentes Fitbit, por mais de 2 bilhões de dólares. Ao integrar o hardware da empresa comprada a seu software, abre-se uma grande possibilidade de usar os dados de saúde dos usuários, já que o Google já afirmou que haverá coleta de informações, e que estas não serão utilizadas para anúncios.

Em 2014, aliás, a empresa investira em um projeto inovador. Ao desenvolver uma lente de contato especial, esperava conseguir detectar o nível de açúcar no sangue. O projeto, contudo, foi descontinuado após os pesquisadores não terem conseguido definir a glicemia a partir de lágrimas.

 

O anúncio

Sundar Pichai é o atual presidente-executivo do Google e da Alphabet, sua “dona”. Em uma participação no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, ele defendeu que a área da saúde oferece uma grande possibilidade para a utilização da inteligência artificial nos próximos cinco a dez anos. Ainda, divulgou que sua empresa trabalhará no ramo, sempre protegendo a privacidade dos usuários.

Atualmente, o Google já detém muitas informações. Uma de suas clientes, por exemplo, é a Ascension, empresa responsável por mais de 150 hospitais e 50 casas de repouso nos Estados Unidos. Porém, resta saber se as pessoas deixarão seus dados serem usados ou não. “Quando trabalhamos com hospitais, os dados pertencem aos hospitais”, disse Pichai.

Além disso, foram feitos alguns pedidos ao Google por parlamentares americanos em novembro. Um deles é que a empresa divulgue exatamente qual o destino e quais são os dados coletados dos clientes. Também, requisitaram que as pessoas podem escolher ou não terem suas informações sobre saúde “bisbilhotadas”.

Apesar de tudo, ficou evidente a animação da empresa diante dessa possibilidade de uso da inteligência artificial. Hoje, diagnósticos também podem variar conforme os médicos. Às vezes, o resultado pode ser “x” para um médico, e “y” para outro, realidade muito diferente no cenário virtual. “Mas veja o potencial aqui. Câncer, se muitas vezes não for diagnosticado, a diferença do desfecho é profunda. No câncer de pulmão, por exemplo, cinco especialistas concordam com uma coisa e cinco concordam com outra. Sabemos que podemos usar a inteligência artificial para tornar os diagnósticos melhores”, acrescentou o CEO.

 

Conclusão

Usar a inteligência artificial fornece resultados muito mais exatos que os obtidos por seres humanos. Ao utilizar um vasto banco de dados, com imagens e outros documentos, os algoritmos conseguem detectar padrões e, então, aplicar esse conhecimento no mundo real, ajudando na detecção de doenças.

O que assusta muitos, entretanto, é como serão coletadas essas informações necessárias, já que a privacidade de hoje é muito ameaçada. Contudo, o Google parece ser uma empresa preocupada com isso. Além disso, por ser uma companhia tão grande, com tantos investidores e frequentemente observada pelo público, é improvável que haja um futuro “escândalo” quanto ao uso indevido dos dados dos usuários.

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